SOMENTE PARA QUEM AMA CÃES.

É fácil amar quando tudo está bem.

É fácil amar filhotinhos alegres, sapecas, tolinhos, estabanados...
É fácil amar nossos parceiros caninos quando eles estão em plena juventude, pujantes, risonhos, serelepes, correndo e perturbando outros cães no parque e passando por cima  (eu sempre acho que fazem de propósito) de cães menores.
É fácil amar quando se lambuzam na lama e nós queremos esgana -los e, segundos depois, caímos na risada e os chamamos de safados!
É fácil, muito fácil amar aquele olhar maroto, divertido, pesquisador e, principalmente aquele olhar indefinido, ao qual dei o nome de "olhar de Ué". 

É fácil amar quando chegamos em casa e eles fazem aquela bagunça toda que nos aflige por causa dos vizinhos, mas que nos aquece o coração e imediatamente, olhamos suas carinhas lambidas que nos diz: fiz coisa errada, mas não fui eu. Basta procurar e encontramos um xixi na porta do quarto, o papel higiênico desenrolado ou mesmo o saco de lixo estraçalhado. Ficamos nervosos, por um segundo e ao nos voltarmos, severamente, para aquele safado, vemos sua expressão safadíssima de:
To perdoado, né? 
Sou tão bonzinho. 
Senti sua falta, 
olha meu rabinho no meio das pernas, 
minha carinha de coitadinho de olhos alegres, 
e, a vitória final: 
Pode coçar minhas tetas, eu deixo.
É fácil amar esses anjos de amor e alegria.

Mas, eles envelhecem, ficam doentinhos, fedidinhos, cheios de tumores, pêlos caindo, olhos esbranquiçados, surdinhos, perdem a safadeza,
perdem o brilho...,
o latido de tão fraquinho nem perturba mais o vizinho.
Tentam andar e cai a bundinha, 
tentam correr e não saem do lugar,
a gente vê que a vida ainda está lá dentro deles quando chegamos, mas apenas o rabinho se mexe,
o olhar de Ué já se foi há muito tempo,
andam batendo a cabeça,
escorrendo xixi pelas pernas. 
então ... Eles envelhecem e é aí que o amor se torna mais forte dentro da gente. 
Olhamos em seus olhinhos cegos e remelentos e juramos com um amor tão grande que nem cabe em nossos corações que iremos ama - los eternamente, eternamente. 

Independente de religião, sabemos que eles estarão lá, no Lugar que todos nós iremos aportar no dia que chega para todos. 

Quando, à noite, agarrados em nosso travesseiro, soluçando baixinho, garganta travada, choramos a partida de nosso amiguinho, lembramos que tem outros anjinhos sofrendo nas ruas, em mãos cruéis, perdidos, envelhecendo e sendo abandonados sem dó, enxugamos as lágrimas e em nome de nosso amor pelo focinho frio e pêlos espalhados pela casa daquele que se foi, juramos mais uma vez, que por tanto amor compartilhado, prosseguiremos e, no dia seguinte, trazemos outro animal para "perturbar" e alegrar nossa vida. 

JAMAIS ESQUECEREMOS OS QUE SE FORAM E EM NOME DELES SEGUIREMOS RECOLHENDO SEUS IRMÃOS SOFRIDOS PORQUE
NÓS AMAMOS OS CÃES.

 Em memória de Ariel, Pitchula

Vocês três foram embora rápido demais, minhas meninas.

Dominique escolheu adotar Ariel, mas Ariel escolheu me adotar e eu escolhi adotar Jasmine, mas Jasmine escolheu adotar Dominique.
Escolhemos adotar Pitchula, mas ela nos adotou.

E, vivíamos felizes.

 jamais as esqueceremos.

Pitchula viveu muitos anos conosco.

Ariel e Jasmine foram resgatadas juntas e quase juntas se foram.

AMOR ETERNO

  
ATÉ BREVE ARIEL

ATÉ BREVE JASMINE.

ATÉ BREVE PITCHULA.

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