Pessoas INTENSAS em ajudar?

O problema ao pedir ajuda é se deparar com pessoas "intensas" em ajudar. Pessoas que, imediatamente,  querem mudar sua vida, seus padrões e te doutrinar para ser exatamente como elas.
Com tanto empenho e intensidade na ajuda, elas parecem querer  te empurrar para um canto de sua alma e ocupar o centro de sua vida.
O que mais desejam é mostrar o quanto você está sendo pequena e incompetente e o quanto elas são mais "santas" que você.
Ajuda e tortura. Com uma mão elas te alimentam, com a outra, te desnutrem.
O calvário do carecente, recebedor da ajuda intensa, é tão grande quanto a necessidade de assistência.
Nesta condição, o preço a ser pago ao benfeitor parece alto demais. 


SEMPRE É NOITE NOS CONTOS TRISTES DE TERROR.

Sempre é noite nos contos tristes de terror.
Não é dia no abismo ao qual fomos lançados, impiedosamente. Nunca é dia quando imploramos por socorro.
 É noite. Sempre noite. E escura.


  

QUEM NÃO SE ENTRISTECE?

Tantos motivos para se entristecer...
Desde os mais comezinhos até os trágicos.
A tristeza pura e sem motivos da depressão profunda.
Melancolia, apatia, saudades, dores morais, dores físicas.
Por tudo isso, se entristecem, os humanos.
Tantos motivos...
Uma música adoece os sentimentos e jorram lágrimas.
A conscientização de um erro irreparável.
A dificuldade em mudar um hábito.
A vontade intensa que não se realiza.
O inútil olhar para trás, o balançar desanimado da cabeça, a aceitação inevitável.
Tantos motivos...
O olhar de cão abandonado. O olhar de seu cão velhinho.
O destino dos animais...
Todos entristecem. O mundo é triste. Sempre foi.
Muitos foram tristes. Marylin, Hayworth, Virginia Wolf, Sartre, Nietzsche, Casimiro de Abreu...
E por sermos tristes, buscamos a alegria.



Esperança e Desesperança.

NA ESPERANÇA 
EU VEJO UM MUNDO PLENO, PESSOAS BOAS, ANIMAIS SENDO AMADOS,
CÃES SORRINDO,
GATOS E SUAS MÃOZINHAS IRREQUIETAS.
SELVA CHEIA DE ANIMAIS.

Nenhum cadáver animal a ser devorado pela civilização civilizada.





NA DESESPERANÇA.
Chego a idealizar um mundo sem nenhum animal para cantar, encantar e nem se transformar em alimentos. 
Um mundo morto, com tudo morto, menos o homem e seus descendentes que não mais irão torturar, explorar, comer, testar, desmatar. 
Nada mais para destruir, a não ser ao próprio homem e seus filhos.


NA ESPERANÇA 
Nós, "os loucos", Aqueles que esperam e esperam e, dificilmente alcançam seus sonhos de Paz, desejamos um futuro perfeito aos filhos dos homens e mulheres do Planeta Terra.



NA DESESPERANÇA
Não desejamos isso, mas tememos que muitos homens lutem e herdem o seco e cruel fruto de seu desamor pelos seus herdeiros, pelos animais e pelo seu berço na Terra.

O homem é o único ser vivo, cuja extinção beneficiaria o planeta.




A história de um homem de deus

Em meio a um vendaval, o homem sorria desesperado, mais pela angústia do que por medo dos raios, ventos e trovoadas. Gritava, gargalhava e foi sendo abafado pelo troar ameaçador pré anunciado pelo riscos de luz.
A chuva punia seu rosto como se atirasse pequenas facas afiadas a cortar sua pele e pálpebras.
Quase cego, tateando no lamaçal, com os músculos estriados e doloridos, tentou erguer suaa cabeça; os pingos da chuva engrossaram, obrigando - o a olhar para o chão.
Estremeceu!
No lodaçal, ao qual, tinha se arremessado, mãos invisíveis forçavam-no a genuflexão. Com a perna esquerda ainda não dobrada, tentava se reerguer, mas suas dores recrudesciam a cada tentativa de manter - se ereto.
Andava se arrastando por horas infinitas, talvez meses ou anos. Não desistia, apesar do extremo cansaço.
Suas forças eram, apenas, fiapos de energia se apagando.
Melhor seria estar morto.
Porém continuava a roçar seu corpo nu na estrada lodosa. Muita vezes, imergia naquele barro e o engolia a contragosto. Erguia a cabeça e vomitava o lodo.
Acordou ensopado de suor. Era, apenas, um pesadelo. Apenas?! Não, não era apenas um, era o pesadelo que se repetia há anos e, do qual, não conseguia libertar-se. Terapia, oração, nada funcionava. Bastava adormecer ou tirar um breve cochilo que o vendaval ensurdecedor e o lodo vinham visitar sua mente.
Olhou a rua lá embaixo. Tudo tranquilo, ainda faltava meia hora.
O pior de seu trabalho era a espera, mas ele estava acostumado. Em seu negócio não podia perder o foco e tinha de ser muito organizado. Há menos de um mês atrás estava no Nordeste e a espera, embaixo do sol, deixou - lhe queimaduras no rosto e nos braços. Foi tolo, não tinha comprado protetor solar. Mas, hoje, em São Paulo, antes de vir para o seu posto, comprou um protetor solar 50.
E o pesadelo? Precisava acabar com isso. Não podia mais viver dessa forma, sendo assombrado enquanto dormia.
- Ninguém merece! Vou orar com mais fervor, ainda. Colocar meus joelhos no chão e suplicar. À noite, irei na igreja. Decidiu.

Avistou o adolescente subindo a rua, exatamente, na hora que ele costumava voltar da escola. Há algumas semanas, vinha observando o filho do advogado.

- É. É o tal Diogo, mesmo.

Mirou e atirou. Na cabeça. Perfeito!
Guardou a arma e saiu andando, calmamente. Passou perto do cadáver, como se fosse apenas um transeunte e não o assassino de aluguel.

- Não sei por que as pessoas gostam tanto de matar os outros. Olha esse menino! O que ele pode ter feito de errado? Aquele que vem correndo ali será o pai? É. É o pai sim. A coitada da mãe desmaiou na porta da casa.

Pegou o celular e tirou uma foto do cadáver e enviou para o cliente. Apreciou a precisão de seu tiro. Um único tiro e páh! Nunca errara.
- Espera aí! Errei uma única vez. Foi em Minas Gerais. a desgraçada virou a cabeça na hora que apertei o gatilho. Que raiva! Só por isso, arranquei minha faca e retalhei a moça. Aí me deu aquela vontade... Deus me perdoe, mas nunca pensei que fosse gozar tanto com um cadáver. Numa próxima vez, no meio de um mato, se pintar a oportunidade vou aproveitar. 

Chegou no hotel, pegou a bíblia, olhou para a cama, balançou a cabeça.
- Eu não mereço isso! Por que meu Deus, esse pesadelo?  Ninguém merece ter pesadelos assim.