Sem medo de público


Tenho feito algumas, raras, palestras sobre o medo de falar em público.

Muita gente, que tinha dificuldades para falar em alguma reunião, roda de amigos, na escola ou no trabalho, identificou - se com a pessoa que eu fui na adolescência. Reservada, calada, tímida.

Eu fui gaga até meus quinze anos ou um pouco mais. A dificuldade era monstruosa, mas na marra (sou marrenta, confesso), consegui me libertar e expressar o que sinto em palavras, porém, essa transição foi problemática. Comecei a falar tudo o que me vinha na cabeça. E, esse não foi um bom começo. Levei umas bordoadas da vida e com um pouco de raciocínio, entendi/aprendi que não era esse o caminho. 

Hoje, tranquilamente, consigo me expressar com clareza e de forma gentil. Ou quase.
Sou uma estudiosa do ser humano. Sou uma estudiosa de mim mesma. 
Não me abalo com críticas, elogios não me seduzem, o que é um passo importantíssimo para bem falar e agradar quem ouve, mesmo quando minha opinião não esta em acordo com o público.

Superei o turbilhão de ataques e preconceitos recebido ao longo dos anos, contudo, só consegui superar através de minha atitude interna de transparência e minha palavra dita com verdade e limpidez.

Hoje, consigo navegar em meio à qualquer assunto, consigo me expressar com tranquilidade, seja na frente de um grande público ou reuniões com poucas pessoas ou apenas uma. 
Converso com todas as classes sociais. Mas, quando não quero conversar não há quem me faça falar. Daquilo que não entendo, eu pergunto. Eu aprendo o que não conheço. Se a opinião diferente é melhor do que a minha, eu acato.

Sinceridade, humildade e bom humor são algumas das chaves para se desprender do medo de abrir a boca em público e ter uma vida sem o medo que paralisa a garganta e faz transpirar as mãos.