O solitário navegante anda por mares sombrios e neblinas espessas.
Triste desflorescimento.
Na curta visão embaçada pela névoa, ele crê enxergar pessoas e as classifica, conforme a mente nublada pelo costume de navegar sem o sol.
Há luzes e luzes no além trevas, mas esse navegante, oriundo de terras baixas e desabitadas, prefere o mar brumoso e a ele está tão habituado que sequer percebe as velas rasgadas, mofadas do gurupés.
O girar de sua cabeça é contínuo, desconexo.
Por vezes, contempla por anos a fio uma imagem e a ela se apega, fanático, louco.
Parasitário.
Então guerreia, mata e morre em nome de uma efígie. Não é seu viver nem seu viço, nem seu verdadeiro ideal mas, como sanguessuga de si e de outros, ali se alimenta, de seu sangue e de muitos outros sangues, levando de roldão culpados e
inocentes incautos.
Como não tem movimento nos olhos, só suspeita e julga na escuridão aquilo que é seu reflexo.
Como não tem movimento nos olhos, só suspeita e julga na escuridão aquilo que é seu reflexo.
Odeia nos outros o que esconde em si, no cantão mais profundo de seu subconsciente.
Persegue,
pune,
escraviza e,
destrói tudo que a ele se assemelha.
Triste desflorescimento.
Vicejando ao contrário.
O lapidificado navegante persiste em sua cruzada desprovida de saberes e provimentos.
É nave ínfima a procura de sua suposta superioridade.
Razão pálida o guia por um gigantesco mar de cores, mas ele só enxerga o que lhe é conhecido na alma. O breu.
O binóculo invertido mostra a distância de sua importância e grandiosidade.
Em geral, esse tolo navegante da nau parasitária, conluia - se aos senhores de ternos, de casacos de pele ou de trastes bem pensados. Apega - se facilmente à ideólogos e mitos,
Em geral, esse tolo navegante da nau parasitária, conluia - se aos senhores de ternos, de casacos de pele ou de trastes bem pensados. Apega - se facilmente à ideólogos e mitos,
Submete - se aos que se proclamam Donos de Toda Providência.
Aos heréticos.